Quando hoje nos vemos cercados por uma infinidade de imagens, não nos damos conta de seu poder sobre nós; pelo contrário, acreditamos ser seus senhores e que impomos nossa vontade e nossos desejos sobre elas. Claro está que, ao pensarmos assim, agimos de modo infantil, pois não se pode negar o óbvio: somos tão vulneráveis a elas como eram os povos ditos primitivos, antes mesmo do apogeu das grandes civilizações. Talvez haja sim uma grande diferença entre nós e nossos predecessores e essa não é apenas a propagação sem limites das imagens como se verifica hoje – em meio a um sem número de mídias que temos à disposição –, mas o fato de sempre lutarmos contra elas, não admitindo nossa sujeição e, pior, não acreditando nela. Ao agirmos assim, esquecemo-nos de sua capacidade particular de mediação, a qual controla a percepção que temos do mundo; levando-nos, por exemplo, a enxergar, ou não, este ou aquele objeto; ou a enxergá-lo como querem seus propagadores.

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